O Pix Parcelado, futura novidade do sistema de pagamentos instantâneos, enfrenta um impasse técnico e operacional. O Banco Central e as principais instituições financeiras do Brasil divergem quanto ao modelo de cobrança. Enquanto os bancos defendem que a fatura do cartão de crédito seja o mecanismo, a autarquia prefere que as parcelas sejam debitadas diretamente da conta corrente do usuário, conforme reportado pelo portal Mobile Time em 22 de outubro.
Diversas fintechs e bancos já oferecem soluções próprias de parcelamento via Pix, mas o plano do Banco Central é unificar as regras para criar uma experiência padronizada. A proposta do setor bancário visa permitir que o consumidor escolha lançar as parcelas na fatura do cartão de crédito, baseada em pesquisas internas que indicam a preferência do consumidor por esta familiaridade. Contudo, diante da resistência inicial do BC, foi apresentada uma contraproposta que permitiria a coexistência de ambas as modalidades.
O Banco Central, por sua vez, mantém sua posição pela vinculação direta à conta corrente, justificando que isso preservaria a arquitetura original do Pix. Nesse modelo, a instituição financeira que concede o crédito definiria os juros, encargos e procedimentos em caso de inadimplência, com base no perfil de risco do cliente. O Idec, Instituto de Defesa do Consumidor, manifestou-se contra a proposta, alertando para o risco de superendividamento e a possível descaracterização do Pix.
O Idec argumenta que a associação da marca Pix, consolidada pela simplicidade e gratuidade, a um produto de crédito com juros e contratos, pode gerar confusão e induzir o consumidor ao erro. A entidade sugere que, se a funcionalidade for implementada, o produto utilize nome e identidade visual próprios, siga exigências regulatórias claras, e preveja seguranças contra o superendividamento, como análise de risco proporcional e limites de contratação, especialmente em um cenário de aumento da inadimplência que pode ficar para 2026.
Fonte: Tecnoblog/ MobileTime
